O Nintendo Switch já está no seu oitavo ano de mercado, e mesmo assim continua apresentando números de vendas impressionantes. O console ainda vai receber grandes lançamentos como Mario & Luigi Brothership, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, Super Mario Party Jamboree, Metroid Prime 4, Pokémon Legends ZA e Donkey Kong Country Returns HD, tendo ainda certo “gás” para queimar. Mas o seu hardware está defasado e tem impedido que grandes títulos AAA de estúdios third-party cheguem aos fãs nintendistas.
O último relatório fiscal apresentado pela Nintendo aos seus acionistas e investidores confirmou que um novo aparelho da companhia será anunciado ao público até o final de Março de 2025, porém a empresa tem se mantido em silêncio desde então. Os vazamento e rumores sobre o famigerado “Switch 2” tem se acumulado como fofocas em uma turma em idade escolar, vindo de todas as fontes e cantos da indústria dos games. Mas o que é besteira e o que é factível? Como separar o que é possível e o que não passa de imaginação?
Nome do Próximo Console
A primeira pergunta que o meu público costuma me fazer sobre o tema é: qual será o nome do próximo aparelho da Nintendo? Para responder a essa pergunta, precisamos voltar no tempo e relembra o histórico de consoles de mesa da companhia japonesa. Como ponto de partida, podemos analisar a ligação entre o Nintendinho e o seu sucessor: após conquistar o mercado com o Nintendo Enterntainment System, a gigante nipônica decidiu apostar no nome “Super Nintendo”, aproveitando o hype proveniente do público como adição simples à nomenclatura do seu novo produto.
Na sexta geração de consoles, a empresa aproveitou o formato do seu novo aparelho para anexar o nome “Nintendo Gamecube”. Essa estratégia provou-se inconsistente, não tendo o potencial de esclarecer o público com relação ao potencial ou proposta do seu console. Notando que não conseguiria competir em poder de processamento, a Nintendo decidiu abraçar o público casual, investindo em controles por sensor de movimento e trouxe ao mercado o famigerado Wii. A conexão do nome do aparelho com o seu objetivo foi um tiro certeiro, facilitando o marketing e conquistando gamers do mundo todo.
Agora passaremos para um dos maiores fracassos da história da empresa: o Nintendo Wii U. Absolutamente tudo relacionado ao console foi administrado de maneira equivocada: vídeo de anúncio, marketing pós-lançamento, proposta de inovação e, principalmente, o nome. Até aquele momento era comum que acessórios de Nintendo Wii fossem chamados de “Wii + alguma coisa”, como o caso da Wii Wheel e do Wii Zapper, por exemplo. Isso fez com que a imensa maioria dos consumidores pensassem que o novo videogame nintendista não passasse de mais um periférico, o que prejudicou fortemente o fluxo de vendas.
Baseado em toda a viagem que fizemos pelo histórico da empresa, diria que existem 3 opções viáveis para o nome do próximo console da empresa japonesa: Switch 2, Super Nintendo Switch ou algo totalmente diferente do padrão, como o especulado “Nintendo Attach” (esta terceira opção eu acho a pior de todas). E a minha opinião se baseia numa simples prerrogativa: os consumidores precisam escutar o nome do novo console e, instantaneamente e sem qualquer explicação prévia, saber que se trata do sucesso do Switch. Sem isso, o produto terá grandes chances de fracassar.
Vai ter retrocompatibilidade?
Sim. Não existe a menor possibilidade de o “Switch 2” não rodar jogos de Switch, ao menos que a Nintendo deseje lidar com mais um gigantesco fracasso de vendas. Com mais de 140 milhões de unidades vendidas, o aparelho mais recente da companhia possui uma quantidade exorbitante de dinheiro recebido através da compra de jogos por parte dos seus clientes. Não permitir que os seus fãs levassem toda a sua biblioteca de games ao sucessor do Switch seria um belo tiro no pé para se perder a confiança do consumidor.
Mas como será essa retrocompatibilidade? Vai valer apenas para mídia digital ou poderemos também utilizar os nossos “jogos de caixinha”? Aqui a informação fica um pouco mais nebulosa, com divergências notáveis entre algumas fontes. Porém, na minha modesta opinião, eu acredito fortemente que o Switch 2 vai utilizar o mesmo sistema de contas já presente no Nintendo Eshop, além de contar com uma entrada de cartucho que suporte as mídias físicas do Nintendo Switch. E esta entrada pode ser a mesma utilizada para os novos jogos, com apenas uma pequena diferença física entre as mídias, semelhante ao que aconteceu na relação do DS e 3DS.
Vai ser híbrido? Vai ser potente?
O Nintendo Switch revolucionou o mercado de consoles com a sua proposta híbrida, podendo ser apreciado tanto em modo portátil quanto conectado à TV através da dock. Sua proposta influenciou produtos de outras empresas, como é o caso do Steam Deck e do ROG Ally. Assim sendo, eu diria que é impossível que o Switch 2 não siga o mesmo caminho do seu antecessor.
Sobre a potência do aparelho, preciso deixar uma coisa clara: quanto mais poderoso for o Switch 2, menor será a duração da sua bateria. Acredito que ninguém aí deseje um console cuja bateria dure apenas 60 minutos, não é mesmo? Por isso mesmo, o Switch 2 deverá ter capacidades tecnológicas na medida certa, sem exageros ou recursos desnecessários.
Seria rápido e direto: o Switch 2 deve ter um desempenho próximo ao do Playstation 4 Pro, podendo exibir gráficos em resolução 4K quando conectado na TV/Monitor. Tecnologias como o DLSS e outros recursos da Nvidia devem facilitar o port de games mais pesados para o console, tornando-o capaz de rodar jogos modernos com fluidez e boa contagem de FPS. Mas não espere o poderia de um PS5 ou de um Xbox Series X, pois isso seria praticamente impossível de se aguardar.
A Questão polêmica do Preço
A percepção atual do consumidor internacional com relação à marca Nintendo é, majoritariamente, a seguinte: os consoles da empresa são uma opção mais barata para quem deseja jogar sem precisar investir muito, como no caso do Playstation 5. Este posicionamento de mercado traz uma difícil decisão à gigante japonesa: Seguir com valores competitivos ou apostar em um segmento mais premium?
Segundo a imensa maioria dos rumores e possíveis vazamentos relacionados ao Switch 2 até o momento, existem dois preços possíveis: 399US$ e 499US$. Se a Nintendo optar pelo faixa dos 400 dólares, terá um forte argumento de venda contra o PS5, Xbox Series X e até mesmo contra o Steam Deck Oled, mas provavelmente terá que investir em um hardware mais fraco. Caso escolha trabalhar com o preço sugerido de 500 dólares, poderá enfrentar certa resistência por parte o público consumidor, porém terá um espaço melhor para apresentar configurações mais potentes. Eu, particularmente, prefiro pagar um pouco mais por um aparelho que se mantenha relevante por mais tempo.
E no Brasil? Levando em conta a precificação praticada pela Nintendo no território nacional, acredito que o Nintendo Switch 2 deve custar entre R$ 3000,00 e R$ 3500,00. O dólar alto e a nossa política de impostos agressiva impossibilita uma conversão mais suave dos valores praticados na América do Norte e na Europa.
Suporte de Third-Parties
Ao contrário do Wii U, que ficou conhecido por quase não receber jogos de outras empresas, o Nintendo Switch conseguiu, gradativamente, conquistar a confiança de gigantes como EA, Bethesda e Ubisoft. Posso afirmar sem medo que os games que não estão chegando ao Switch atualmente só não chegam porque o aparelho simplesmente não tem potência para suportá-los.
O Nintendo Switch 2 deverá receber o apoio de toda a indústria, com lançamento simultâneo de diversos títulos em relação à outras plataformas. Os primeiros seis meses do console serão marcados por ports de jogos lançados para Xbox e Playstation que não rodariam no Switch 1, além é claro da presença dos exclusivos da própria Nintendo.
Faço aqui uma lista contendo as minhas previsões para os jogos que chegarão, em algum momento, ao Switch 2: Devil May Cry V, Assassin’s Creed Shadows, Resident Evil 4 Remake, Final Fantasy VII Remake, GTA VI, Red Dead Redemption 2, Street Fighter VI, Monster Hunter Wilds, Kingdom Hearts Collection, Call of Duty Black Ops 6, Persona 3 Reload, Borderlands 4, Cyberpunk 2077, Elden Ring e Tekken 8.
Conclusão
O Switch 2 terá grandes desafios para competir com a popularidade do PS5 e a ascenção do Steam Deck. A Nintendo precisará investir em exclusivos de peso, melhorar a estrutura dos seus servidores de multiplayer online e apresentar uma estratégia publicitária simples e direta. Mesmo, assim, eu particularmente acredito no sucesso comercial deste novo aparelho.
A migração de jogadores do Nintendo Switch para a próximo geração deve ser um pouco lenta nos primeiros 2 anos do console, mas deve acelerar conforme novos jogos de third-parties chegarem ao mercado. Dois games Nintendo devem chegar ao console em um período próximo do seu lançamento: Metroid Prime 4 e Pokémon Legends Z-A. Também não descarto a chegada do aguardado Mario Kart 9/10, o qual deve, por si só, movimentar milhões de unidades de hardware.
E você leitor, o que acha? Como será o Nintendo Switch 2?