A franquia The Legend of Zelda sempre foi marcada por calabouços complexos, quebra-cabeças intrigantes e chefes engenhosos, conquistando dezenas de milhões de fãs ao redor do mundo. Echoes of Wisdom cumpre com todos estes requisitos, porém com uma grande mudança: agora é a princesa Zelda que deve salvar o Reino de Hyrule, enquanto Link é aquele que precisará ser resgatado. Mas será a experiência vale a pena?
Uma Mudança de Perspectiva
O último jogo da série do personagem criado por Shigeru Miyamoto, The Legend of Zelda Tears of the Kingdom, foi um sucesso total de público e de crítica. O que mais agradou os jogadores foi a liberdade ofertado para se resolver problemas e desafios, com cada puzzle tendo inúmeras soluções possíveis. Pois bem, Echoes of Wisdom tem muito disso; mas de uma perspectiva diferente.
O novo título da franquia apresenta uma câmera vista de cima, muito semelhante ao que pudemos experenciar em Link’s Awakening. O jogo dá a impressão de se passar em um mundo formado por dioramas, lembrando muito uma maquete de escola feita com extremo carinho e capricho.
O aspecto “chibi” do visual dos personagens aumenta exponencialmente o carisma e a expressividade dos aliados e inimigos da princesa. Os gráficos dos cenários e cidades também não ficam para trás, apresenta um visual simples, porém muito polido. Destaque para os efeitos de luz e sombra presentes nos lagos e mares de Hyrule, os quais chegam a ser absurdos por estarem rodando em um hardware em formato de tablet de 2017.
É Quase um Pokémon!
Esqueça a busca incansável por espadas, escudos e arcos; em Echoes of Wisdom, o importante é copiar! Através do poder fornecido pelo seu misterioso parceiro “Tri”, Zelda utiliza um cajado para criar registrar inimigos e objetos, os quais depois poderão se manifestar na forma de cópias, chamados aqui de “ecos”.
O primeiro inimigo a ser “capturado” pelo jogador é um simples Slime, uma bolha de meleca verde que não para de saltar nem por um segundo. Ao usar a magia de invocação, é possível materializar o monstro e selecionar um alvo específico que deverá ser focado. O eco atacará elementos próximos até que a sua vida seja levada a zero, podendo também agir por conta própria caso o jogador não defina um ponto de interesse.
Conformo o jogo avança, monstros mais complexos ficam disponíveis para serem copiados, como cavaleiros de armadura escura, goblins lanceiros e espíritos flamejantes. O ponto negativo deste processo é que, conforme mais opções são reveladas, as criaturas anteriores vão se tornando obsoletas, resultando em pouca experimentação por parte do jogador.
Acredite, uma Cama resolve qualquer coisa
A variedade de objetos presente nos game é vasta e interessante. De mesas a caixotes, de vasos a arranjos de plantas, não faltam opções para se explorar. Porém, posso dizer aqui sem qualquer receio de estar errado, que o item mais útil e apelão de Zelda Echoes of Wisdom é uma cama. Sim, você não leu errado; um simples conjunto formado por colchão, base de madeira e travesseiro pode resolver praticamente qualquer desafio.
Este novo Zelda apresenta um sistema que limita a quantidade de objetos e monstros que podem ser invocados por vez, provavelmente para aumentar a dificuldade das batalhas e desafios do game. Ao mesmo tempo, cada item possui um “custo de invocação”; um banquinho, por exemplo, consome muito menos recursos do que um vaso contendo uma árvore. E adivinhe qual objeto também é de baixo-custo? Isso mesmo, a cama!
Sei que parece que eu estou exagerando, mas, nesse game, a cama pode ser usada como banco, escada e até mesmo ponte. Também preciso destacar a versatilidade dos caixotes de madeira, os quais flutuam na água e permitem que você acesse locais que seriam impossíveis sem eles. Mas não deixe essa descrição te enganar: Echoes of Wisdom oferece dezenas de formas de resolver seus quebra-cabeças; cabe a você decidir quais itens irá utilizar.
Uma Espadachim chamada Zelda
Precisamos falar sobre o elefante no meio da sala: não, não é possível jogar com Link na maior parte do jogo, com exceção para a cena inicial do game. Porém, a Princesa Zelda pode fazer algo muito próximo disso: assumir uma forma híbrida que lhe fornece todas as principais habilidades e poderes do herói da túnica verde.
Através de uma transformação especial, Zelda fica parecia com o Link tradicional, apesar de se ver envolvida por uma tonalidade de azul claro que lembra o aspecto de um fantasma. Com este recurso, o jogador pode utilizar a espada, o escudo e o arco e flecha, entre outros elementos que vão sendo liberados com o progresso da aventura.
A forma mágica é temporária, consumindo uma barra de energia a cada segundo em que a moça está transformada. Para recuperar o precioso recurso, é necessário explorar o cenário e derrotar inimigos, o que geralmente leva uma boa quantidade de tempo. Mesmo assim, o poder é extremamente apelão, causando quantidades de dano gigantescas aos inimigos, a ponto de me fazer utilizá-lo apenas em batalhas contra chefes para que o jogo não perdesse a graça.
Vale a Pena?
The Legend of Zelda Echoes of Wisdom é uma aventura competente, divertida e inovadora. O sistema de calabouços presente no game resgata a experiência tradicional da franquia, com direito a existência de chaves e quebra-cabeças engenhosos que levam até o grande boss. Os gráficos e a trilha sonora são extremamente agradáveis, demonstrando que o velho Switch ainda consegue oferecer boas experiências.
Como pontos negativos, podemos destacar o desequilíbrio entre a usabilidade dos itens (destaca para a famigerada cama e o versátil banquinho) e a diferença absurda de poder entre os chefes e a forma híbrida de Zelda e Link. Também senti falta de uma dublagem simples nos principais personagens, mesmo que eles balbuciassem ou falassem uma língua que não existe no mundo real.
Mesmo assim, Echoes of Wisdom é um jogo brilhante! Se você é fã dos jogos clássicos da franquia, como A Link to the Past e Link’s Awakening, pode comprar sem medo, pois você certamente vai adorar!
1 comentário
Eu gostei do seu texto, Gui. Acho q esse teve mais personalidade que o do The Plucky Squire, oq é bem legal. Só passou uns errinhos simples de português.
Ah, e não ficou claro no seu texto (nem foi mencionado) se vc recebeu o jogo ou não. Eu sei q foi recebido, mas é importante pra transparência adicionar essa informação.
É isso, desejo sucesso 🙂